Pergunta à Presidente

Se vocês tivessem a oportunidade de estar cara a cara com a Presidente, o que vocês perguntariam?

Pessoas "comuns" na ruas sendo tratadas como terroristas, estudantes presos dentro de instituições de ensino, bombas sendo jogadas dentro de bares e uso desproporcional de força contra pessoas inofensivas e sem a menor chance de defesa.

Seria um ótimo enredo de um filme sobre a Ditadura Militar, não acham? Pois é, seria se isso não estivesse acontecendo em 2013...

Hoje vou me despir das vestes da imparcialidade, e vou tomar uma postura totalmente parcial. Pois não existe imparcialidade, se é para o bem comum. E muito menos vou usar da minha conhecida capacidade irônica e sarcástica. Mesmo porque não precisa. A situação já é irônica por si só... Vejam só: Temos no comando desse massacre (não vejo outro nome para o que eu vi fazerem), uma Presidente que por ironia do destino, foi uma militante que lutou CONTRA A DITADURA. É o famoso "Seria cômico, se não fosse trágico".

Pois bem, em meio a tantas manifestações legítimas por parte do povo, a quem costumávamos chamar de "O lado fraco da corda" , eu me fiz essa mesma pergunta. E logo depois outras perguntas vieram. Do tipo, "Como uma pessoa que já passou por tudo isso, aceita passivamente que façam isso com as pessoas que a elegeram?".

Mas essa não seria a pergunta escolhida por mim caso eu tivesse essa oportunidade. E pensando nisso, resolvi redigir uma suposta carta, imaginando como seria se ela pudesse ler. E resolvi compartilhar com vocês, independente de partido ou de estar ou não apoiando as manifestações.

É um texto curto e singelo, mas que sintetiza tudo o que eu senti naquele momento:

"Excelentíssima Senhora Presidente da República, como militante, Vossa Excelência lutou contra a ditadura, engajou-se na luta pelos direitos civis, teve alcunha de terrorista por parte do governo e esteve literalmente do lado do povo, firme contra o governo opressor. Em um tempo em que cidadãos eram massacrados, desapareciam, e no fim, viraram história e estatística. Tendo em vista sua vasta experiência de vida, lutando contra um regime aonde não eram respeitados os direitos humanos. Me questiono e não posso deixar de questioná-la também. São várias perguntas e muitas coisas que ainda não conseguimos entender. Mas nesse momento, minha curiosidade me obriga a perguntar:

 Dilma, como é estar do outro lado?"

Sem mais.

P.S: Eu, como toda a população,  não apoio e repudio TODO E QUALQUER tipo de vandalismo e violência. E tenho total consciência de que tal ato, não parte dos cidadãos engajados nesse movimento para transformar o nosso país em um lugar digno. E peço que não desvirtuem o ato em função disso.