domingo, 14 de abril de 2013

Filmes | Os Miseráveis


O filme “Os Miseráveis” – 8 indicações ao Oscar, incluindo o Melhor Filme – é adaptado do livro de mesmo título que trata-se de uma das principais obras do famoso escritor literário Victor Hugo. A obra foi publicada pela primeira vez em 3 de abril de 1862, simultaneamente em Leipzig, Bruxelas, Budapeste, Milão, Roterdã, Varsóvia, Rio de Janeiro e Paris. A história se passa na França do século XIX entre duas grandes batalhas: a de Waterloo e os motins de junho de 1832. Daqui resulta, em cinco volumes, a vida de Jean Valjean, um condenado posto em liberdade, até sua morte. Em torno dele giram algumas pessoas que dão seus nomes para os diferentes volumes do romance, testemunhando a miséria deste século: Fantine, Cossete Marius, Thénardier e o inspetor Javert.

Os Miseráveis, filme sobre direção de Tom Hooper (de “O Discurso do Rei”), retrata a história com tamanha competência e carga dramática que torna-se impossível não sofrer junto com o protagonista (Hugh Jackman). Se torna muito fácil a imersão na trama e sentir a sua dor, ponderar os seus questionamentos e, junto a ele, chegar à decisão de deixar o passado para trás e reescrever os rumos da própria vida. O diretor utiliza de tomadas de câmeras tão intensas quanto a história e os personagens que pertencem a ela. Cada frame é exibido como uma obra de arte, como uma pintura minuciosa, mostrando um verdadeiro show dos atores, principalmente de Hugh Jackman e Anne Hathaway, que interpreta Fantine.


A Fantine de Anne Hathaway é intensa e visceral. E a atriz mostra porque ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante. A dor da pobre Fantine salta dos poros da atriz, escapa pelos seus olhos e literalmente explode na canção que está no clímax de seu sofrimento. É impressionante a força e a entrega da atriz naquele momento. Se posso descrever a cena em uma palavra: Esplendorosa. A canção “I dreamed a dream” ficou conhecida do público em geral pela interpretação de Susan Boyle em um programa de auditório.


A jornada de Jean Valjean é sofrida em cada instante. Ele é um homem bom de coração que é preso por 19 anos ao roubar um pão para dar de comer a seu sobrinho. Percorremos com ele durante sua história de redenção. Encaramos com naturalidade o constante peso sobre os seus ombros. Não importa quanta gente ele ajude ou quanto bem ele faça, ele nunca consegue se livrar do passado que o assombra na figura intolerante e preconceituosa do inspetor Javert (Russel Crowe). Ao se ver prestes a ser preso novamente por Javert, Valjean decide se entregar, mas a dor e o sofrimento de Fantine e de sua filha Collete, fazem com que ele decida fugir e dedicar a sua vida à pequena menina.


Valjear encontra a salvação na fé e na certeza de que seus atos trarão redenção e pagarão seus erros, enquanto o inspetor Javert crê apenas no caminho da lei e da justiça divina para punir os infratores e criar um mundo mais puro. Então percebe-se o trabalho de um bom roteiro e a sabedoria do diretor, que foram capazes de manobrar em meio a tantas camadas de compreensão, tantas leituras do texto original e um elenco com estilos bem distintos.

Tecnicamente o filme é impecável. As músicas cabem bem em cada momento da narrativa. Os cortes e a edição também mostram-se impecáveis, assim como os figurinos e a ambientação. Mas o destaque fica mesmo com a direção de Tom Hooper, que conseguiu extrair interpretações tão extraordinárias dos atores. É possível ver no olhar de cada um toda a dor que seus personagens sentem.

Por ser um musical estrelado por astros de Hollywood não poderíamos esperar grandes expressões vocais nas canções. Muitos espectadores e críticos de cinema, detestaram a participação de Russel Crowel nas músicas – Desafinado foi o insulto mais leve. Mas eu fui tão impactado com a interpretação de Hugh Jackman na maravilhosa cena de abertura e na do monastério, que entendi que o foco do filme não era o primor vocal dos participantes.

Mas então porque tantas pessoas queixaram-se de “Os Miseráveis”? As maiores reclamações que leio são as seguintes: “É um musical, e musicais são chatos”, “o filme é longo demais”, “Poxa, eles cantam o tempo todo!”... Eu concordo que em alguns momentos o longa torna-se, digamos, estranho. Principalmente na parte onde aparecem os personagens Madame e Monsieur Thénardier (Helena Bonham Carter e Sacha Baron Coher, respectivamente). Eles por si já são caricatos demais, e contexto em si – na minha opinião – pioraram essa impressão. Essa parte do filme, para mim, pareceu, interminável. E, sinceramente, essa é a única ressalva que faço do filme.



Os Miseráveis é filme, musical, drama, uma obra de arte em vários sentidos da palavra. É lindo, emocional e tem ótimas apresentações. Super indico.

Acompanhe o trailer do filme:




Curtiu a resenha do filme? Quer sugerir alguma obra do cinema que não sai da sua lista de favoritos? Deixe aqui nos coments sua avaliação e sugestão!

Ficamos por akiie! Até a próxima! :D

By: Vic Lima

2 comentários:

  1. FILME LINDO, MTO BOM, EMOCIONANTE D+++

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    1. Sem dúvidas... éh um filme mto boom! ^^

      Mereceu a indicação a Melhor Filme no Oscar! =D

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